Rio de Janeiro - Brasil

sexta-feira, 27 de maio de 2016

Pesquisa aponta crescimento de desemprego na enfermagem.



A enfermagem e a profissão que reúne o maior contingente de profissionais da área da saúde, composto de enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem, é uma profissão que ate pouco tempo atrás tinha fama de render boa empregabilidade, e por conta desta fama, a enfermagem vive uma período de saturação devido grande procura por cursos da área por pessoas que desejam ingressar logo no mercado de trabalho.

Devido à estagnação econômica que o Brasil se encontra outras profissões da área da saúde também passa por falta de vagas e isso fez muitos profissionais migrarem para a enfermagem aumentando ainda mais o numero de pessoas formadas buscando uma recolocação no mercado. Aliado a isso a explosão de cursos técnicos e faculdades com qualidade duvidosa colaboraram para o atual cenário da enfermagem no Brasil.

Segundo o mais recente estudo que traça perfil da enfermagem no Brasil realizado pelo Fiocruz , mostra saturação do mercado de trabalho na enfermagem, ou seja, o que ate pouco tempo atrás não era comum, o desemprego entre o profissionais da área, pelo contrario, dificilmente um profissional da enfermagem, seja técnico ou enfermeiro tinha apenas um emprego, atualmente é visto filas intermináveis a cada anuncio da vaga em algum hospital e muitos candidatos tentando uma vaga, muitos recém formados, que são os mais afetados pelo desemprego na atual fase da profissão.

Essa e uma das reclamações mais comuns nas filas de processos seletivos, a exclusão dos que não tem experiência. Em um desses processos seletivos, conversando com uma candidata, ela relatou que tinha concluído o curso de graduação a mais de dois anos, e ate agora nada, segundo ela: “só entra quem tem indicação”. Num ponto ela concorda, que um dos causadores da falta de vagas e o excesso de profissionais na área que ela relata como: “Hoje todo mundo quer fazer enfermagem, pensando no emprego fácil, mais ai depois que se forma, quebra a cara”.

Para tentar diminuir essa fase de saturação e sucateamento da profissão, o COFEN, conselho fiscalizador da enfermagem vem implementando algumas medidas, como combatendo a proliferação desordenada de cursos de enfermagem que neste mês foi publicado o decreto nº 8754/2016, da presidente Dilma Rousseff, alterando as normas para abertura de cursos de Enfermagem, entre outras profissões regulamentadas. Tal decreto torna obrigatório parecer opinativo dos conselhos profissionais e precisará de autorização do Ministério da Educação, após prévia manifestação do Conselho Nacional de Saúde a abertura de novos cursos de enfermagem.

Antes apenas os cursos de graduação em Medicina, Odontologia, Psicologia contavam com tal prerrogativa, os cursos de enfermagem eram abertos de forma deliberada sem avaliação da real necessidade em relação ao quantitativo de profissionais atuantes em determinada localidade. Agora  para que sejam abertos novos cursos de enfermagem  será necessário aval do COFEN, Ministério da Educação e do Conselho Nacional de Saúde, valido para qualquer instituição de ensino , inclusive em universidades e centros universitários.

Outra medida importante é o fim dos cursos de enfermagem a distancia, e inadmissível que uma profissão que lida com vidas seja ensinada via EAD. Mas de todas essas medidas sem duvidas a mais significativa foi a criação do exame de suficiência para exercício da profissão aos formandos da enfermagem. O Projeto de Lei 4930/2016, apresentado pelo deputado Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA) com apoio do Conselho Federal de Enfermagem visa melhorar a qualidade da assistência prestada a população pelos profissionais da enfermagem, sendo obrigatório a realização de uma prova que seria similar ao exame da OAB aos bacharéis em direito para poder advogar.

Essa medida sem duvidas vai separar da profissão os que só querem um diploma daqueles que realmente então entrando na enfermagem para somar e prestar um serviço de qualidade a população e de quebra amenizar essa “superpopulação” que a enfermagem esta enfrentando no momento, com o desemprego como resultado.

Por Uanderson de Aquino.

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